O mel desempenha um papel essencial no sistema alimentar mundial. Ao longo da história, o ser humano tem consumido mel de abelhas tanto em sua forma natural (in natura) quanto como ingrediente de diversas bebidas. Um exemplo notável é o hidromel, uma bebida milenar feita da mistura de mel e água. A fermentação natural transforma essa mistura em uma bebida doce no início, que, com o passar dos dias, se torna alcoólica, resultado do processo fermentativo.
Uma produção rústica e tradicional
No Leste de Angola, a apicultura tem raízes profundas. Os apicultores locais, observando o comportamento das abelhas em árvores ocas, criaram colmeias artesanais utilizando cascas de árvores. Essas colmeias naturais eram reproduzidas removendo cascas de árvores e fechando as duas extremidades cilíndricas com restos de madeira e cipós, ou discos trançados com capins locais, consideradas rústicas e que seguem um método tradicional. Apesar de não atenderem aos critérios modernos de manejo, essas colmeias têm sustentado a produção de mel na região, consolidando essas províncias como grandes produtoras.
Inovação na apicultura angolana
Nos últimos anos, novas tecnologias têm sido introduzidas no Leste de Angola para otimizar a produção de mel. Um exemplo disso é o trabalho da Cooperativa Tcheke, localizada na comuna de Lucusse, na província do Moxico. Essa cooperativa adotou um modelo de colmeias feitas com madeira serrada, uma tecnologia trazida por angolanos que retornaram da Zâmbia. Essa inovação representa um avanço significativo na apicultura local, melhorando a produtividade e a qualidade do mel produzido.
O Valor do Mel Angolano no Mercado Mundial
A produção de mel em Angola, especialmente com o equilíbrio entre métodos tradicionais e tecnologias modernas, reforça o potencial do país como um ator importante no mercado global. O mel angolano, rico em sabor e história, pode atrair cada vez mais consumidores interessados em produtos sustentáveis e autênticos.
Fonte: Schüler, S., Melo, N. A. d., & Lobo, E. A. (2022). Alimentos do Ambiente Rural de Angola: Produção e Preparo. São Paulo. Ed. Dialética. 280p. ISBN 978-65-252-6910-8.
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